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Entrevista ao Infante D. Henrique “O príncipe do mar”


(para representação)
(O entrevistador/jornalista faz a apresentação)
Neste jornal das 8 de sexta-feira convidamos um dos protagonistas mais ilustres da História do nosso país, o Infante D. Henrique. Quinto filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasceu a 4 de março de 1394, na cidade do Porto.
Começa a entrevista
1. - Boa noite D. Infante começo por lhe perguntar como se tornou um dos homens mais poderosos do seu tempo?
Infante D. Henrique – Antes de mais boa noite e obrigada pelo vosso convite para estar aqui esta noite. Bom, tudo começou com a conquista de Ceuta, que como todos sabem foi em 1415. Coloquei à disposição do meu pai 70 barcos e assumi a liderança da batalha.
2. Jornalista – O senhor já era detentor de vários títulos. Em Ceuta foi armado cavaleiro e de seguida foi nomeado Senhor da Covilhã e Duque de Viseu ...
Infante – Sim, ao longo da minha vida fui sendo nomeado para vários títulos. Dos que nomeou, falta referir o título de encarregado de defesa da praça de Ceuta.
3. Jornalista – Apesar destas nomeações, o seu nome surge sobretudo associado ao de organizador e impulsionador dos Descobrimentos. A que se deve esta associação?
Infante – Repara uma coisa, as minhas embarcações navegavam entre o Algarve e o Norte de África para combater a pirataria dos Mouros. E o que acontecia era que os barcos por vezes eram arrastados para as Canárias e ao regressarem passavam por grandes dificuldades.
4. Jornalista – Essas dificuldades de que fala, foram o motivo pela criação da Escola de Sagres? Para que se pudesse estudar os ventos e as correntes?
Infante – Não, de todo. Aliás os meus navegadores tiveram exclusivamente o mar como “escola”. Uma vez que eram pescadores da zona do Algarve.
5.Jornalista – Podemos então dizer que eram simples pescadores com uma grande coragem e determinação?
Infante – Sim, com toda a certeza. Aliás ao longo do percurso para Sul, não sabíamos o que poderíamos encontrar. Uma vez que não existiam mapas nem qualquer informação encorajadora sobre essa parte do mundo. A única coisa que existia eram lendas e histórias assustadoras.
6. Jornalista – Qual era o estado de espírito dos homens a bordo da embarcação?
Infante – Bom, havia receio pelo que podíamos encontrar claro, mas também havia muita curiosidade e desejo de aventura, o que nos levou a dobrar o cabo Bojador.
7. Jornalista- Também contou com a participação de Gil Eanes?
Infante – Sim, é verdade. Gil Eanes foi uma grande ajuda, pelo seu feito soube-se que o Mundo não era o que diziam os livros, nem como contavam as lendas dos mouros.
8.Jornalista - Posso entender, das suas palavras, que Gil Eanes foi importante para a continuação das descobertas…
Infante – Sim. A dobragem do Cabo Bojador mostrou que a verdade do Mundo estava encoberta e isso provocou a nossa curiosidade. Se o mar era calmo para além do Bojador porque não seguir até mais abaixo?
9. Jornalista- Qual era o seu papel nas viagens?
Infante – Bom, em algumas mandava aparelhar os barcos e contratar tripulantes, noutras limitei-me a autorizar as viagens, e noutras ainda, dava apenas uma ajuda para cobrir despesas.
10. Jornalista- Como conseguia financiamento para cobrir as despesas?
Infante – o financiamento vinha dos rendimentos do ducado de Viseu, do senhorio da Covilhã, e os tributos das vilas de Lagos e de Alvor a que se viriam a juntar, com as navegações para sul do cabo Bojador, os rendimentos pela pertença de um quinto das mercadorias que das novas terras chegassem.
11. Jornalista – A Coroa não lhe forneceu qualquer tipo de apoio?
Infante – Sim. O rei D. Duarte concedeu-me a ilha da Madeira e do Porto Santo com todos os seus direitos e rendas, importantes para sustentar as viagens. E o Regente D. Pedro autorizou-me a povoar as ilhas dos Açores. Tive assim muito apoio dos meus irmãos.
12. Jornalista – Com o financiamento garantido, as viagens continuaram?
Infante – Sim, as viagens levaram-nos a novas paragens, Rio do Ouro, Arguim e também o Arquipélago de Cabo Verde, ilha a ilha, foi saindo do mistério. O Oceano povoou-se de ilhas, deixando para trás as Canárias, que durante anos alimentaram conflitos entre portugueses e espanhóis. Deixei a descoberta da Costa na Serra Leoa. Considero que cumpri a minha missão.
13 – Jornalista – sobre a descoberta de Cabo Verde, temos para si uma surpresa, as palavras de um poeta cabo-verdiano do século XX, ditas por uma jovem do século XXI …

1º Momento cultural (Entra o jovem e diz a poesia de Jorge Barbosa “Prelúdio”).

PRELÚDIO
Quando o descobridor chegou à primeira ilha 
nem homens nus 
nem mulheres nuas 
espreitando inocentes e medrosos 
detrás da vegetação.

Nem setas venenosas vindas do ar 
nem gritos de alarme e de guerra 
ecoando pelos montes.

Havia somente 
as aves de rapina 
de garras afiadas 
as aves marítimas 
de voo largo 
as aves canoras 
assobiando inéditas melodias.

E a vegetação 
cujas sementes vieram presas 
nas asas dos pássaros 
ao serem arrastados para cá 
pelas fúrias dos temporais.

Quando o descobridor chegou 
e saltou da proa do escaler varado na praia 
enterrando 
o pé direito na areia molhada
e se persignou 
receoso ainda e surpreso 
pensa n´El-Rei 
nessa hora então 
nessa hora inicial 
começou a cumprir-se 
este destino ainda de todos nós.

Jorge Barbosa – Poeta de Cabo Verde

Infante – Apreciei, apreciei… (acenando a cabeça)
14. Jornalista – Sabe sua alteza que depois da sua morte, a conquista continuou a merecer a atenção do seu sobrinho, o rei D. Afonso V, o africano?
Infante – Tinha uma ligeira suspeita que assim seria!
15. Jornalista - Foi Fernão Gomes que explorou a costa da Serra Leoa ao cabo de Santa Catarina, tendo encontrado ouro com abundância na Mina.
Infante – Ah! Fico contente porque quem ficou a ganhar foi o Reino, e sendo assim todas as políticas são de louvar… assim todos possam fazer no futuro… pensar em primeiro lugar no Reino!
Jornalista - D. Infante agradeço que tenha vindo a esta entrevista e se tenha disposto a viajar no tempo para estar connosco. Quanto a si que nos acompanhou, espero que tenha apreciado. A todos uma muito boa noite.

2º Momento Cultural – Rimas Ricardo e Companhia
RIMAS - Duarte e Companhia

Filho de João I e Filipa de Lencastre 
Nasceu no Porto, cidade invicta
Foi para o Algarve e impulsionou a expansão 
E ajudou uma nova geração

Refrão – Partir, conquistar e descobrir…

Em 1415
Começou a conquista 
Com esforço e dedicação
E a população otimista
Com mais de 70 barcos
Fui eu que me pus à frente
Armados com espadas e arcos
Atacamos de repente
Quando chegamos a Ceuta
A conquista foi fácil
Mas ficamos surpreendidos
Com o desvio das rotas, ágil

Refrão – Partir, conquistar e descobrir…

No litoral de África havia um cabo
Que tinha de ser dobrado
Gil Eanes navegador honrado
E o Cabo Bojador foi finalmente
Ultrapassado.
Depois do cabo bojador ser dobrado
Novos caminhos foram sendo marcados
Em Arguim escravos, marfim, ouro e malagueta
Foram negociados

Refrão – Partir, descobrir, negociar

Costa a costa,
ilha a ilha
foi o Mundo desvendado.

Refrão – Partir, conquistar e descobrir …

A morte do Infante
Foi para expansão significativa
A partir de 1460
Foi temporariamente esquecida…

Refrão – Partir, descobrir, negociar…

Autores - Ricardo e Companhia (Ricardo Paço Guerra, Duarte Gonçalo, Alex Almeida, Afonso Josué, Ruben Libório)
Projeto interdisciplinar - O mar que nos Une
8ºB - História 2020

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